Muita gente estranhou quando a Marvel anunciou Guardiões da Galáxia, filme de um grupo onde se tem um guaxinim e uma árvore como protagonistas era meio exagero. A desconfiança foi diminuindo a cada imagem e trailer divulgados, porém a certeza de que seria um grande longa só viria após assisti-lo de fato.Pois bem, fazia muito, muito, muito tempo que eu não ficava com essa sensação ao ver um filme e olha galera, só tenho que agradecer, pois estou parecendo criança até agora.O Marvel Studios mais uma vez mostra que sabe mesmo o que está fazendo e entrega uma de suas melhores produções até o momento(em alguns momentos a melhor até agora!) .
Para começo de conversa esse é um filme cheio de charme e que tem um dos melhores elencos da Marvel até então. Mas com a melhor química sem duvidas.Se em “Os Vingadores” por mais que haja um equilíbrio constante temos um Robert “Tony Stark” Dowley Jr. que sempre se destaca na multidão. Assim como no longa de Joss Whedon, a personalidade de cada um gera discussões e brincadeiras entre os protagonistas, especialmente quando tentam definir qual será o próximo passo para saírem das enrascadas,porem aqui a dinâmica é espetacular, todos tem sua chance de brilhar.
A trama nos leva a conhecer o aventureiro Peter Quill (Chris Pratt) que se vê em uma caçada após roubar uma esfera cobiçada por Ronan, o Acusador (Lee Pace), um vilão ambicioso que ameaça toda a galáxia.
Para fugir de Ronan, Quill é forçado a fazer uma aliança com um quarteto de malucos — Rocket (voz deBradley Cooper), um guaxinim atirador e irritadiço; Groot (voz de Vin Diesel), uma árvore alienígena mutante; a implacável e letal Gamora (Zöe Saldana) e o vingador Drax (Dave Bautista), o Destruidor. Mas quando Quill descobre o verdadeiro poder da esfera e o perigo que ela representa para o universo, ele precisa reunir o seu grupo de rebeldes para uma última e desesperada batalha, com o destino da galáxia em jogo.
Como eu disse antes o grande atrativo nesse Guardiões da Galaxia é sem dúvidas o grupo de protagonistas. Em uma união completamente improvável, a índole dos personagens não é exatamente como a que conhecemos de super-heróis. “Fazemos coisas boas e fazemos coisas ruins”, diz Quill. O filme ganha personalidade conforme os personagens vão se desenvolvendo, e isso é incrível, pois nós espectadores se importa com cada um deles. O diretor James Gunn consegue criar laços profundos entre os membros da equipe em apenas duas horas, coisa que mesmo(mais uma vez cutucando!) Os Vingadores precisou aproveitar bases estabelecidas ao longo de vários filmes para fazer. Ou seja, quando estes personagens decidem lutar um pelo outro, tudo faz sentido.
Outro ponto interessante que eu quero compartilhar, é que por mais seja uma adaptação de um conteúdo existente desde de 1969, há muito de cultura pop espalhado pelo longa. A parceria entre Rocket e Groot pode ser associada à amizade de R2-D2 e C3PO, de Star Wars. Hansolo pode ser comparado ao aventureiro Peter Quill.
Além de Star Wars ,temos também a árvore mutante Groot,que consegue pronunciar apenas o seu próprio nome, como o gigante Hodor de Game of Thrones.Até o game God of War nos vem a cabeça, já que Drax busca vingança pela morte de sua filha e mulher, assim como Kratos.
Sem falar no excelente e excêntrico, repertório musical que inclui a música “Hooked on a Feeling”, do Blue Swede, que foge totalmente do padrão exibido em filmes de ação e de super-heróis. David Bowie, Marvin Gaye, Jackson Five, The Runaways(talvez a minha favorita) são outros clássicos da música que fazem parte da excelente trilha sonora que compõe Guardiões da Galáxia. A narrativa também dá bastante valor à música, associando um toca fita como uma espécie de amuleto para Quill e a dança como algo transgressor.
Chris Pratt está perfeito como Senhor das Estrelas. Bradley Cooper está irreconhecível como dublador deRocket Racoom ,personagem que rouba a cena ao lado de Groot, árvore humanoide interpretada por Vin Diesel. Dave Bautista é outra surpresa, pouco mostrado nos trailers, garante algumas das frases mais engraçadas da produção. Os vilões (que ainda carecem de um desenvolvimento maior)também ajudam – Ronan e Nebula são bons antagonistas e esbanjam crueldade.
Com toda essa mistura de clássicos, somado ao visual, a maquiagem e aos excelentes efeitos especiais, a Marvel conseguiu trazer aos cinemas algo novo, cheio de sarcasmo e comédia e que foge do politicamente correto. Guardiões da Galáxia é mais uma prova de respeito do estúdio para com seus fãs. Fazer uma lista para saber qual o melhor filme nesse momento soa como algo injusto, afinal parece não haver limite para a Marvel, que tem procurado cada vez mais colocar bons roteiros nas mãos de diretores familiarizados com seu universo, tudo para criar uma experiência combinada (com outros filmes) nunca antes vista no cinema.