O Homem Invisível | Uma digna atualização de um clássico

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
Universal Pictures/Divulgação

Na década de 30 e 40 a Universal tinha em seus monstros o que hoje é popularizado com a Marvel e seus heróis no cinema. Drácula, O Monstro de Frankenstein, Lobisomen, O Monstro da Lagoa Negra e o Homem Invisível fizeram uma geração e claro que numa época em que redescoberta é feita através de remake e reboot o estúdio decidiu se utilizar da ideia de Universo compartilhado pra trazer suas figuras clássicas de volta.

Van Helsing estrelado por Hugh Jackman deveria colocar 3 monstros em um único filme, mas não deu bastante certo. A ideia voltou tempos mais tarde com Dracula: A Historia Nunca Contada que transformava o vampirão em um super-herói sombrio, deu ruim! A próxima inclusão foi no ambicioso Dark Universe que teria Javier Bardem,Johnny Deep no elenco e se deu inicio com A Mumia estrelado por Tom Cruise, um filme que parecia mais um Missão Impossível no Egito que um filme de monstro. O resultado vocês já sabem né?

Em meio a tantas bolas foras que a Universal passou a produção para a Blumhouse, produtora atualmente conhecida por boas produções de terror com baixíssimos orçamentos, e eis que chegamos a nova versão de O Homem Invisível, um filme que atualiza com ótimos argumentos e temas atuais e ao mesmo tempo que respeita a obra original de H.G. Wells.

Universal Pictures/Divulgação

Na trama, Cecilia Kass (a sempre ótima Elisabeth Moss), uma mulher vítima do abuso doméstico de seu poderoso companheiro, o empreendedor do ramo tecnológico Adrian Griffin (papel do igualmente bom Oliver Jackson-Cohen, da série da A Maldição da Residência Hill). Como todo abusivo, o sujeito se acha dono da protagonista, lhe tratando como objeto conquistado, e inclusive castigando-a a seu bel prazer. Logo depois da mulher finalmente conseguir deixá-lo, ele se mata. A surpresa vem com a leitura do testamento, onde aparentemente todos os seus bens foram transferidos a ela.

Mas, como sempre algo muito bom vem com uma pegadinha, ela começa a notar estranhas ocorrências que a fazem acreditar que Adrian pode não ter morrido. E agora, sua teoria é verdade, e ele encontrou uma forma de se tornar invisível, ou ela está apenas respondendo a um trauma fortíssimo deixado em seu subconsciente? Ou nenhuma das duas? Ou as duas juntas? Ai vem um dos seus grandes atrativos da produção.

Escrito e dirigido por Leigh Whannel (responsável pelas franquias Jogos MortaisSobrenatural e o elogiado Upgrade), O Homem Invisível dá motivos para o terror existir, nada soa gratuito e tudo gera uma tensão e paranoia em cima da protagonista. Se não fosse a parte de ser um terror, posso afirmar que o filme facilmente seria um drama psicológico sobre o tema de relacionamentos abusivos, tamanho é seu empenho em trabalhar bem isso.A dificuldade para sair de casa e a insegurança para fazer atividades simples, como buscar a correspondência, dialogam diretamente com o medo que ela tem de voltar a viver com uma pessoa que fez tanto mal para ela. Mesmo antes de Adrian retornar invisível, ele já a está perseguindo, algo que a história consegue narrar muito bem e em uma ponte tão próxima com a realidade.

Universal Pictures/Divulgação

Junte essa realidade com a tensão gerada a cada momento em que o inimigo pode está a espreita da protagonista e O Homem Invisível faz jus a ter o melhor dos dois mundos unindo a formula do terror convencional juntamente com conteúdo e profundidade suficiente pra entreter os mais exigente.

Elisabeth Moss consegue demonstrar o terror e o trauma que uma pessoa na situação de Cecilia passa. A atriz ótima como sempre dar um show e encarna com perfeição sua protagonista.

O Homem Invisível é certamente uma atualização digna que respeita um clássico do cinema de terror, e sabe funcionar apresentando  tensão para seu publico como um significado importante sobre como o que viver com alguém abusivo. Pode ser em alguns momentos desconfortável para essas pessoas, mas é extremante necessária para explanar essa dura realidade.

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