Em Medo Profundo: Segundo Ataque, a jovem Mia (Sophie Nélisse de A Menina que Roubava Livros) não está tendo os melhores dias da sua vida agora que sua mãe morreu e ela começou a morar com o pai e sua nova família no México. O bullying é intenso na escola e mesmo que não se dê bem com sua nova irmã Sasha (Corinne Foxx), Mia resolve dar uma chance para ela e as amigas, Nicole (Sistine Stallone) e Alexa (Brianne Tju), embarcando numa tarde de diversão com as meninas. Porém, ao explorarem um cemitério Maia submerso, elas se veem presas em um labirinto antigo, com pouco oxigênio sobrando e cercada por famintos tubarões brancos.
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Conhecemos essa história, não é mesmo? Pessoas. Tubarões. Muito sangue. Poucos sobreviventes. O plot de Medo Profundo: Segundo Ataque não vai muito além do que nossas expectativas comuns para os filmes trash com tubarões. No entanto, uma coisa é certa: assim como no primeiro, esse é o tipo de filme claustrofóbico e desesperador que todo mundo ama assistir para ficar com um aperto no coração. Mais uma vez com a direção de Johannes Roberts e o roteiro de Ernest Riera, o tom do filme é certeiro, sendo tão ou mais agoniante que o primeiro.
O roteiro procura mostrar jovens inteligentes, livres, leves e soltas, apenas atrás de diversão enquanto exploram áreas não visitadas por turistas em um sábado quente. A personalidade das quatro garotas é até explorada, permitindo que nós consigamos realmente diferenciar uma da outra. Logo você já tem sua preferida e aquela que não demora para começar a torcer que morra muito em breve. Grande parte do filme é feito, logicamente, com as meninas submersas e a escolha de equipamento de mergulho e comunicação foi muito bem escolhida para que a interação e expressões faciais não ficassem ruins.
É um filme que tem tudo o que é esperado dele, inclusive o absoluto desprezo por outros personagens que não as quatro jovens. Com gente, literalmente, só aparecendo para morrer. Ao mesmo tempo, com o pouco que é mostrado desses personagens, se criam pequenas aberturas para uma história mais aprofundada e longa se fosse de interesse da produção. O que, é importante enfatizar, não é o objetivo do filme em momento algum. O foco aqui é o susto e agonia, e quem assiste fica cerca de 2/3 do tempo do filme – que tem 1h30min -, na tensão submersa com aqueles tubarões.
Resumindo? Medo Profundo: Segundo Ataque é mais um trash com tubarões para nosso catálogo. Não é, absolutamente, um dos piores e, ao passo que não traz nenhuma grande novidade cinematográfica, o jumpscare e a tensão quase torturante dura todo o filme. Então é, ele vale a pena ser visto seja pela trasheira.