Numa era de reboots e remakes de tantos filmes, As Panteras chegam trazendo uma nova visão ao publico para os anjos de Charlie.
Desde de seu surgimento na TV que as personagens nunca tiveram a oportunidade de serem trabalhadas por mãos femininas, sendo que apesar de divertidos seus materiais,facilmente eram um estereótipo masculino de mulheres empoderadas.
O novo filme encabeçado por Elizabeth Banks na direção, roteiro e produção (além de atuar)traz um olhar enfim feminino a franquia como também apresenta uma nova geração de panteras sem relegar ao passado.
A trama acompanha Sabina Wilson (Kristen Stewart), Jane Kano (Ella Balinska), duas panteras que precisam ajudar a cientista Elena Houghlin (Naomi Scott), em um dos seus casos. As três se unem com a missão de impedir que um artefato perigoso e mortal caiam em mão erradas.
Assim como os filmes anteriores, a trama aqui também é simples e já visto a exaustão em vários longas do gênero, contudo o roteiro de Banks cria foco em conceder os holofotes à nova equipe das Panteras. Como o caso aqui é reformular, a preocupação mais urgente está em introduzir novos rostos para que a franquia seja passada para a frente, e o trio formado por Kristen Stewart, Naomi Scott e a estreante Ella Balinska se mostram capazes de cumprir a missão com êxito, restando apenas a possibilidade de embarcarem em uma aventura superior em uma ocasião futura.
As três criam um bom balanço das personalidades de suas agentes, ao mesmo tempo que possuem oportunidades iguais de contribuir para o humor do longa. Stewart, no caso, é quem mais surpreende por encarnar a mais cômica da trupe, metralhando tiradas e comentários sarcásticos furiosamente desde a primeira cena ambientada no Rio de Janeiro. Banks tem em Stewart sua principal encarregada de trazer autoconsciência ao material clichê.
Scott e Balinska não ficam atrás e fazem um trabalho forte em conjunto com Stewart, exercendo personalidades próprias que conferem à dinâmica do trio um ar perspicaz e, é claro, carisma. Scott, que já havia se destacado em Power Rangers e alcançou seu papel de maior destaque com Aladdin, aqui continua a mostrar versatilidade, extraindo humor e charme do despreparo de sua personagem sem transformá-la em uma simples garota indefesa, além de ser nossos olhos para o que é agencia das Panteras.
Já Balinska, que tem aqui seu primeiro papel no cinema, é quem mais se sobressai na ação, mas também exibe plenas capacidades dramáticas e talvez entregue a performance mais eclética das três, tendo um bom arco de personagem e demonstrando que os estúdios precisam ficar de olho nela. O elenco de apoio, que inclui Patrick Stewart como um Bosley recém-aposentado e Elizabeth Banks como a nova supervisora das Panteras, se encontra na perfeita sintonia que as protagonistas.
Banks apesar de não ser uma diretora de ação, consegue fazer bem o básico nas sequencias, que embora não seja nenhum Atômica ou John Wick, ao menos entretém e energia suficiente para manter a gente na adrenalina. E a diretora ciente disso também sabe criar em seu enredo situações que indeferem de força bruta pra trazer empolgação e mostrar decide enxergar na condição feminina uma vantagem, e explorar ainda a importância de reconhecer a capacidade em todos os indivíduos do gênero feminino, independente de geração, cargo ou qualquer outro critério.
O novo As Panteras acerta em suas protagonistas, e embora tendo uma trama um tanto simples, diverte e traz um bom texto de empoderamento, além de ser uma homenagem sincera e carismática da franquia.
E fiquem porque tem algumas cenas durante os créditos