O filme de horror israelense, A Lenda de Golem, se passa no século 19 e conta a história de uma vila judaica que é invadida por pagãos, que culpa os habitantes da vila pela praga que assola seu povo. Para salvar a família e seu povoado, Hanna, uma fiel com vasto conhecimento na mitologia judaica, decide invocar a ajuda de uma antiga criatura: o Golem. Invocado no barro, o garoto ganha vida e faz de tudo para proteger sua criadora, inclusive matar qualquer inimigo.
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O longa possui os ingredientes certos para entregar uma história de horror fora do circuito comum: uma lenda pouco conhecida, uma criança assustadora, uma mulher indo contra o patriarcado e o mais importante, bem longe de Hollywood. Por isso, é apenas uma pena que aquela sensação de “nossa, que diferente e assustador” que nos bateu em filmes como A Bruxa ou Hereditário, por exemplo, não acontecem com esse Golem.
A história é muito interessante, não podemos negar, principalmente por se tratar da versão de um ser fantástico que já conhecemos, mas pelo olhar das lendas judaicas. O elenco está excelente e o acréscimo dos Doutores da Praga como a razão de nossa protagonista criar o Golem entrega um outro drama a toda história. Assim como o fato de Hanna ser uma mulher que ler o livro sagrado e estuda sem permissão, contrariando e muito, o “seu papel de mulher” naquela sociedade do século 19.
O filme peca muito em querer explorar muitos temas – o papel da mulher no patriarcado, luto, poder de escolha, o ser mãe e vários outros -, e trabalhando com eles aos remendos, com o longa juntando os retalhos de cada um desses plots, tentando costurar um fiapo no outro, mas deixando algumas linhas meio folgadas e… Bem, apenas deixando para lá. No entanto ele possui passagens muito boas e desperta a curiosidade não apenas pela história na tela, mas também por outras lendas judaicas.
É um filme que não necessariamente precisa estar no topo de uma lista, mas merece ser visto, principalmente por se tratar de uma história diferente (mas não muito). Parece faltar aquele aperto em nossa mente no meio do filme, como uma cena icônica que ficamos esperando e esperando, mas que não acontece.