Já chegamos na fase onde simplesmente aceitamos que algumas fanfics são tão boas, que seus autores e autoras são convidadas a revisarem e editarem suas histórias, e então as publicarem em formato de livre. E elas viram bestseller assim, em um estalar de dedos digno do Thanos. E então são feitos filmes dessas histórias. Cassandra Clare escreveu sobre Harry Potter até sua história se encontrar com Instrumentos Mortais. E L James escolheu o brilho de Crepúsculo até nos mostrar diferentes Cinquenta Tons de Cinza. Agora temos Anna Todd que ao se divertir escrevendo sobre os membros do One Direction, nos trouxe o alucinante caminho que vem depois de encontrar aquela pessoa.
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After conta a história de Tessa Young (Josephine Langford), uma jovem de 18 anos com uma vida simples: ótimas notas na escola, uma mãe protetora e um namorado doce. Todos sua vida vida foi minuciosamente planejada e ela segue esse plano ainda hoje. No entanto, as coisas desandam quando ela conhece um cara (e não é sempre?) na faculdade, Hardin Scott (Hero Fiennes-Tiffin) o bad boy melancólico, rude, pegador e, aparentemente, cheio de segredos sombrios. E é claro, isso vai mudar a vida dela.
Esse é daqueles longas que sim, você sabe que é clichê e sim, ainda assim você estará de cara grudada na tela acompanhando cada minuto. Já se foi o tempo em que nós negamos o nosso guilty pleasure quando o assunto são filmes adolescentes. Amamos um young adult descompromissado com bordas selvagens. Criticar After é fácil vendo pela perspectiva de “falta de novidade” no que diz respeito ao roteiro: uma garota estudiosa, um garoto volátil, festas regadas a álcool e verdade ou consequência. É um prato feito dos bons e o qual nós já sabemos todos os meios e fins.
Mas o caso é: e daí? A história segue uma linha que o torna mais um filme adolescente como tantos outros, mas ainda causa uma simpatia com quem está assistindo. É um romance softcore e, fala muito sobre a expectativa e liberdade dos jovens. Muitas das decisões tomadas por Tessa e Hardin – e seus amigos -, é inconsequente ou movida pela fúria e paixão, o que pode fazer muita gente reclamar de uma e outra coisa. porém é tudo enlouquecidamente plausível.
De forma geral o filme é extremamente agradável de assistir, mesmo em sua previsibilidade. Além da relação entre os dois protagonista e seus amigos, o filme encontra espaço para dar uma cutucada na relação dos dois com seus pais, que é complicada de muitas maneiras. A trilha sonora, como acontece muito mais vezes do que não nesse tipo de filme, é muito bem escolhida (nela está, inclusive, uma versão de Complicated, da Avril Lavigne, cantada pela Olivia O’Brien e assim vocês ganham um desafio: tentem não cantar junto!).
After é isto: aquele filme clichê que você, querendo ou não, um dia vai acabar assistindo. Sua cena final foi muito bem escolhida, pois sim, pode ser um final e assim fazer de After um filme solo. Porém, ainda dá uma abertura para que, caso fature tanto quanto seus produtores esperam, eles consigam pôr nas telas os outros livros da autora e mais da história de Tessa e Hardin. Estaremos no aguardo.
