Homem Aranha no Aranhaverso surge pra redefinir as adaptações de quadrinhos e filmes de animação

Danilo de Oliveira
6 Min de Leitura

De 2002 pra já vimos 6 filmes do Homem Aranha, 2 reboot com 3 atores diferente e trazendo sempre o famoso Peter Parker.Homem Aranha no Aranhaverso é o sétimo filme do personagem, mas é diferente de todos os anteriores não só por trazer protagonismo no Miles Morales, mas por ser diferente e inovador de qualquer filme de herói já feito.

A trama acompanha Miles Morales( Shameik Moore) um jovem do Brooklyn que mudou de escola, mas que ainda se sente deslocado nesse novo meio, os momentos onde ele se sente confortável é com seu tio Aron com quem ele sai pra grafitar. Em umas dessas ida, Miles é picado por uma aranha radioativa e adquire os poderes clássicos do personagem. Enquanto isso após uma experiência realizada pelo Rei do Crime, vários versões dos aranhas de outros universos surgem e cabe a eles se unirem pra resolver essa situação.

Aranhaverso acerta em vários níveis diferentes, mas um destaque importante com certeza é a sua animação. Diferente de tudo que foi mostrado nos últimos tempos com Disney,Pixar, Dreamworks e Ilumination que praticamente definiram um padrão, aqui o filme carrega um mix de estilos, que além de usar o 3D principal, viaja também no 2D cartunesco com o Porco Aranha, o anime com a Peni Parker (Kimiko Glenn) e o 2D preto e branco estilizado com Aranha Noir(Nicolas Cage). Cada um estilo é inserido com suas próprias características, por exemplo no cartoon ele segue desafiando as normas da realidade como nesses desenho antigos dos Looney Tunes, e o noir se movimentando como se fosse uma animação com menos quadros.

E esses estilos se misturam de uma forma incrivelmente orgânica e condiz totalmente com a narrativa do filme que é justamente abranger multiversos. Isso sem falar que a animação tem camadas e texturas de quadrinho pra fazer a gente sentir que está assistindo um quadrinho em movimento, sendo no visual como em elementos característicos vistos nas hqs como balões de pensamento, as onomatopeias que trazem uma personalidade própria pro filme e mostra que de certa forma estávamos nos contentando com muito pouco no que o universo das animações podem proporcionar.

E claro a animação não se sustentaria sozinho se não houvesse uma boa historia, que no caso temos aqui e muito.Ao mesmo tempo que o filme é uma historia de origem do Miles Morales, dele ganhar os poderes e como reagir a essas mudanças repentinas semelhante ao que foi visto em 2002 na adaptação do teioso de Sam Raimi, também tem a questão do personagem não saber seu papel no mundo e que algo muito bem desenvolvido aqui já toda origem passando por essa abordagem tem uma ótima construção e desenvolvimento no roteiro. Além dessa parte de origem e ser um super herói,o que gera cenas incrivelmente bem elaboradas de ação, tanto visualmente, como coreograficamente, o filme sabe equilibrar bem o drama com a comédia. A parte de drama vem muito da relação familiar que o Miles tem com o pai que ele não consegue se conectar e com o tio dele que ele se conecta bem, mas que tanto pai quanto tio não se dão muito bem e é ai que temos cenas genuinamente emocionantes, não só com o protagonista como de outros personagem que são desenvolvidos. E de outro lado também temos a parte de comédia que se destaca no fato do Homem Aranha ser ciente de ser o Homem Aranha! Ele insere toda mitologia do personagem vista em varias mídias(semelhante a vista em LEGO Batman) e coloca no filme fazendo ao mesmo tempo uma homenagem e uma auto zoação no processo.

Só isso já faria o filme funcionar por si só, mas ele ainda coloca mais coisa com a ideia do multiverso,algo que tanto a Marvel quanto a DC ainda estão recosas de utilizar no cinema por achar um tanto complexa. Aqui em Aranhaverso isso não é só colocado, como realizado de uma forma simples, didática e muito importante pra narrativa, e são desses multiversos é que saem os outros Aranhas sendo os que mais destacam são a Gwen Stacy( Hailee Steinfeld) e o Peter B. Parker( Jake Johnson), este sendo uma outra visão que temos do manjado Peter. Ele é relutante da ideia de herói, ele é cobrado e ainda acaba sendo o mentor do Miles, e todo trabalho de dublagem do Jake Johnson dá o ar canastrão na medida ao personagem.

Homem Aranha no Aranhaverso é um daqueles filmes que surgem de vez em quando pra redefinir seu gênero e mostrar que dá pra ir muito além do mais do mesmo que tanto vemos e que acabamos nos acostumando. Ele traz um frescor, uma ousadia no que tange a animação e na própria historia, e a forma na qual ele a conta, sendo frenético na ação mas ele também sabendo dosar de forma emocionante e bem desenvolvida seus personagens e tudo isso organicamente junto com o humor, sendo assim umas das melhores adaptações do Aranha nas telonas como umas das melhores já feitas dos quadrinhos.

PS: Fiquem para cena pós créditos porque ela é incrível!

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