Medrosa. Eu, Marcela França, sou uma pessoa que tem pânico de filmes de terror. Principalmente de Zumbis. De chegar a tal ponto de passar correndo pela área reservada para o “The Walking Dead” dos parques da Universal em Orlando. Mas quando houve a notícia que a Netflix iria lançar “O Mundo Sombrio de Sabrina”, torci meu nariz com aquele medo de estragarem a minha infância vendo “Sabrina, Aprendiz de Feiticeira”, a série dos anos 90 da Nickelodeon. Porém quando vi o trailer – bem macabro – da série, o meu medo se calou e comecei a contar os segundos para o dia 26 de Outubro.
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Apesar da ansiedade de encontrar por mais uma vez a jovem Sabrina, me controlei para não ficar acordada às 4 da manhã para começar a maratona naquele estilo “Gosto de sentir o cheirinho de pão fresquinho de manhã por isso estou aqui desde cedo”. E acreditem, meus amigos, foi uma decisão sábia. Entretanto, antes de começar a explicar o porque da minha decisão, vale lembrar alguns detalhes sobre a história.
O Mundo Sombrio de Sabrina se passa na cidade de Greendale, cidade-vizinha de Riverdale. A trama conta a história da adolescente Sabrina Spellman. Uma jovem metade bruxa e metade mortal, que ao completar 16 anos, precisa tomar uma decisão difícil entre viver no mundo das trevas de sua família ou continuar no universo dos mortais ao lado de seus amigos.
Apesar de muitos pensarem que se trata de um remake da aclamada série dos anos 90, Sabrina, Aprendiz de feiticeira, a série está mais baseada nos quadrinhos “Chilling Adventures of Sabrina”, de Roberto Aguirre-Sacasa (criador de Riverdale), onde mostra a história da jovem bruxa/mortal numa versão mais sombria e macabra. E talvez seja essa última palavra que definiu a série para mim.
Através do trailer, já é possível perceber que a série possui um ar meio macabro. Sendo que diversas pessoas pensavam que isso foi feito de maneira proposital para “chamar” o público para assistir uma série que seria mais “tranquila”. Engano de quem pensou e acreditou nisso.
Aos longo dos dez episódios que compõe a série, enquanto acompanhamos Sabrina em suas aventuras pelos dois mundos, dos mortais e dos bruxos, vemos também um mistério que paira no ar. O próprio Senhor das Trevas tem um interesse insistente pela garota, mas porque? À medida que a trama segue para o final, podemos ver que seus personagens estão de alguma maneira interligados pelo mistério que paira no ar. Tantos os bruxos, como os amigos mortais também possuem alguma ligação com o mundo bruxo de maneira direta ou indiretamente.
Com diversas cenas bem macabras e de causar uns bons sustos, Sabrina consegue nos mostrar um lado sombrio da jovem bruxa, como rituais satânicos e pessoas endemoniadas, mas que consegue “suavizar” esses momentos com boas pitadas de humor.
Para os grandes fãs dos filmes de terror clássico, temos diversos momentos que trazem referências, como O Exorcista , O Bebê de Rosemary, A Noite dos Mortos Vivos, A Mosca, e até A Bruxa. Sendo que o episódio 5 mostra uma clara influência de A Hora do Pesadelo, onde os membros da família Spellman são manipulados por um demônio do sono que invade seus pesadelos na mansão Spellman.
Esse Original Netflix também aborda de uma maneira suave temas como individualismo, sexualidade, bullying, empoderamento feminino, devoção cega à religião, inclusive, necromantismo, ocultismo e orgias. Além de trazer um elenco maioritariamente feminino, que consegue surpreender com a excelente atuação.
O Mundo Sombrio de Sabrina chega às vésperas do Halloween com um drama adolescente misturado ao terror e humor, mostrando um lado não tão conhecido da bruxinha que conquistou os corações dos anos 90. Apesar de deixar alguns pontos em aberto para o próximo ano, a série também faz referência à alguns acontecimentos que têm marcado o início da terceira temporada da série Riverdale, cidade vizinha à Greendale.