Analise – Toren

Emile Campos
5 Min de Leitura

Feito por um estúdio brasileiro, Toren é um game indie que tenta contar um poético conto de fadas de forma semelhante ao clássico Cult ICO do Playstation 2,mas se que esbarra em alguns problemas técnicos que tornam uma gameplay repetida e repleta de pequenos bugs,mas que ainda sim mostra o pioneirismo do mercado nacional para com o console atual da Sony.

Desenvolvido pela produtora gaúcha Swordtales com um orçamento de 400 mil reais,em Toren jogamos com a Criança da Lua, cujo destino é escalar a torre na qual está aprisionada, superando desafios físicos e mentais e derrotando o dragão que vive em seu redor. A previsibilidade desta jornada, contudo, é dissolvida rapidamente com o tratamento subjetivo dado à sua narrativa. Ao trazer à tona um misticismo filosófico dualístico sobre vida e morte, tempo e espaço, luz e escuridão, Toren vai além da tradicional jornada do herói, tão comum aos videogames e à fantasia, e transita pelo esotérico.

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Se o enredo é interessante seu problema está nos aspectos técnicos,principalmente a versão Playstation 4. No PC, Toren possui lindos gráficos, menu de configurações e vários itens que a versão de PlayStation 4 não tem. Na verdade, a versão para o console da Sony parece apenas  ser um port mal adaptado que foi lançado sem estar pronto, contendo gráficos repletos de erros visuais, serrilhados, problemas nos sistemas de colisão e física e muitas coisas que dificultam muito a imersão que esse tipo de jogo pede. Não há qualquer polimento na programação do jogo: ele apenas está jogável.

A jogabilidade é bastante simples. Andar, pular, atacar e interagir. Você acha que irá lutar contra algo similar às criaturas das sombras encontradas em ICO? Nada disso. Além do dragão, só existem mais dois inimigos no jogo inteiro. Isso mesmo. Dois. E apenas um deles te ataca. Um monstro pequeno que tenta pular em você e, quando te agarra, necessita que você aperte repetidamente o botão do controle de modo a arremessá-lo para longe. O outro inimigo apenas anda vagarosamente de um lado para o outro, sem qualquer chance dele te matar a não ser que você queira.

Ah outra coisa, o game não parece sequer estar adaptado para o controle do PS4. Um exemplo é o fato de ser impossível andar em linha reta, pois a personagem penderá levemente para o lado, te fazendo colidir com os limites dos estágios. Isso também dificulta na hora de fazer algumas obrigatoriedades do jogo, como jogar sal nos símbolos místicos durante os sonhos.

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Toren possui cerca de duas hora de gameplay total apenas e troféus extremamente fáceis. Os puzzles são escassos e sem qualquer desafio até mesmo para jogadores casuais. Apesar do jogo não conversar com o jogador, forçando-o a descobrir sozinho como e o que fazer, Toren é extremamente fácil e intuitivo. Quando você erra e morre na torre, o game te revive já posicionado no local correto onde a história continua. Além disso, o botão triângulo mostra sempre o ponto exato onde você deve ir. Os produtores forçam ao máximo o jogador a seguir a linearidade, fazendo a experiência ser ainda mais rápida e simples.

O ponto mais forte do jogo, no entanto, é a trilha sonora que lhe carrega durante todo o gameplay com belas musicas que são bem ambientadas para o game.

Apesar dos graves problemas nos gráficos na versão do PS4, a grande maioria dos cenários são muito bonitos. O jogo possui uma direção de arte e fotografia excepcionais, porém, ressalta-se que enquanto os estágios dos sonhos são lindos, a torre Toren (o cenário principal) não parece nem ser alta e nem ser uma torre, pois possui várias partes que parecem desconexas a ela, como o cenário final, que é uma ponte para o céu.

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Ainda sim custando 20 reais na PSN, Toren é um game simples com uma interessante e até cativante historia mas que devido há uns bugs e uma idéia de gameplay repetida e sem grandes desafios tiram muito o mérito de investir tal valor nele.Uma pena vendo assim,mas já demonstra que o mercado nacional está começando a investir em bons títulos na área.

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