O Predador | Shane Black leva sem medo sua assinatura para reativar a franquia dos caçadores espaciais

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura

A franquia Predador é cheia de altos e baixos com um primeiro filme impecável e duas continuações embora medianas, sem o mesmo brilho, além de dois filmes  versus contra os xenomorfos da franquia Alien(o primeiro bom e o segundo horroroso). Eis que a Fox juntamente com o diretor Shane Black(que atuou no primeiro filme) decidiram dar novo gás a ela com O Predador, continuação que remete elementos do original,mas adiciona novidades a mitologia dos caçadores espaciais.

O filme tem início quando o esquadrão mercenário de Quinn (Boyd Holbrook, de “Narcos”) tem uma missão interrompida pela queda de uma nave e, em seguida, pela poderosa criatura que a pilotava. O mercenário consegue um artefato alienígena e, sabe-se lá por que, o envia para casa “por segurança”. Claro que seu filho, Rory (Jacob Tremblay, de “O Quarto do Pânico”), aperta o botão errado a acaba se tornando um alvo dos caçadores. Quinn acaba entrando em contato com uma agência governamental que estuda os predadores desde que eles estiveram pela primeira vez aqui, em 1987.

É interessante reparar os elementos clássicos presentes no longa. Tudo que funcionou no filme de 87 está de volta. A violência gráfica brutal, as piadas “brucutu” imbecis, ação na selva… A diferença é que o personagem “viril” não é o destaque principal.Quem realmente rouba a cena é o pequeno Jacob Tremblay. Tudo gira ao seu redor e isso reflete muito a ideia moderna do herói.

O roteiro embora tenha até uma certa elaboração, serve mais de fato pra posicionar e apenas como plano de fundo para a correria, o tiroteio e a sanguinolência, o que não é ruim já que certos absurdos não chegam a atrapalhar a imersão e ritmo que a trama fluir em tela.

Além da ação (com sequências bem arquitetada) Black traz a franquia seu humor ácido e diálogos recheados de metalinguagem(com uma sacada interessante com relação ao nome da criatura) que em sua maioria acertam em cheio e traz um ar de anos 80 aos seu grupo e reforça suas identidades, sendo uma tropa de soldados fugida de um centro de reabilitação para loucos, fica plausível seus trajetos e diálogos insanamente divertidos, repletos de ironia.

Tais liberdades de roteiro são necessárias para que funcione um longa cujos desafios estão sempre em uma crescente. Afinal de contas, temos três filmes do Predador no passado (cinco, se contarmos os embates contra o Alien como disse antes); conhecemos suas fraquezas e já o vimos ser derrotado antes. Entretanto, sabíamos pouco sobre uma suposta richa entre diferentes clãs de raças do extraterrestre(coisas que são melhores abordadas nas HQs) e, acima de tudo, sobre os desígnios finais de seu povo. No novo longa, ficamos sabendo que eles estão nessa por muito mais do que uma caçada.

São informações que soam jogadas para quem não tem muitas lembranças da franquia, mas que dão corpo à trama e justificam o roteiro. Além disso, servem também para dar sentido à ameaça maior do longa, uma nova raça de Predador que é capaz de matar a versão “tradicional”, digamos assim, sem problemas.

Outro detalhe pra ser levantado é o gore que como a produção original é bastante visceral em mostrar sangue, tripas e membros amputados pra todos os lados, fazendo os fãs ficarem contente por verem um filme do Predador como de outrora. O uso de efeitos práticos e pouco CGi ajuda pra dá mais impacto as cenas.

O Predador é cinema pipoca em sua essência quase pura, com elementos aqui e ali que devem trazer sorrisos aos fãs do passado, mas um olhar claro para o futuro. Shane Black leva sem medo sua assinatura para servir como um combustível para reativar a franquia pelos próximos anos.

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