Dirigido por Severin Fiala e Veronika Franz, o longa austríaco de 2014 que vem conquistando prêmios em toda parte possui uma força brutal em comparação aos demais concorrentes. Não estamos falando de um suspense esquecível, mas sim de um suspense visceral repleto de horrores onde os personagens crescem com o passar do tempo, facilitando para o espectador assimilar a trama.
Os gêmeos Elias e Lukas vivem com sua mãe (Susanne Wuest) em uma região deserta onde se isolam o máximo possível. As crianças lidam com a mãe que mantém seu rosto enfaixado, onde a mesma se recupera de uma cirurgia. Com poucos personagens, a trama é montada quando cresce nos meninos a desconfiança de que esta seja mesmo a mãe que eles conviveram durante seus 9 anos.
Em seu início de tom clássico, temos uma canção de ninar em um programa antigo. Após isso temos um início bem lento, onde os olhos buscam um motivo para continuar assistindo. Eis que aparece Susanne e o terror já é perceptível. A atuação da família é intensa e fará qualquer um sair acreditando na ficção, mas assustado com a coleção de horrores que circularão essa casa. As cenas falam por si só, não precisando de mais nada para entendimento.
Um filme que se arrisca em deixar o mínimo implícito possível. Os diretores pensaram: Se podemos mostrar, vamos mostrar. A psicopatia escrachada não precisa de muito sangue para ser chocante. Tortura o espectador enquanto recompensa dando peça por peça de um quebra cabeça. É complicado falar dele por não haver muito diálogo, e tudo que é dito acaba sendo revelador.
É preciso ter estômago forte e cabeça fria para ver um filme tão forte e tão intrigante. Por mais minimalista que seja, ele é estratégico em cada suspiro. Uma coisa é certa, isso o torna imperdível para quem gosta de filmes que lhe trazem sensações novas. No fim algumas coisas estão claras, uma ou outra pode ficar sem resposta, mas não se sente uma grande pendência.