Slender Man – Pesadelo Sem Rosto | Um filme com boas premissas, mas que falha na execução

Laís Andrade
4 Min de Leitura

A lenda do Slender Man surgiu em 2009, quando um jovem chamado Erick Knudsen publicou um meme no fórum Something Awful. A partir daí, houve uma sucessão de criações de histórias sobre a estranha figura do homem esguio e sem rosto que foi se tornando cada vez mais popular na internet. Em 2012, houve o lançamento do jogo Slender: The Eight Pages, pela produtora independente Parsec Productions, que fez grande sucesso, sendo considerado um dos jogos mais assustadores já feito.

Mas a imagem do Slender Man ganhou notoriedade após o caso de Milwaukee, em 2014, quando duas garotas, menores de 12 anos, tentaram matar uma colega. Segundo elas, a intenção era provar ao Slender Man que eram dignas de serem suas servas e para proteger suas famílias. O filme que seria lançado no dia 18 de maio, estreou apenas em 10 de agosto nos Estados Unidos, pois o pai de uma das meninas envolvidas no caso Milwaukee, pediu o boicote do filme, afirmando que este seria uma tentativa de “popularizar uma tragédia”. Muitos outros casos trágicos foram associados à imagem do homem sem rosto, que viralizou como uma lenda urbana. Para saber mais sobre a história do Slender Man, confira nosso artigo no link aqui

O filme Slender Man: Pesadelo Sem Rosto chega ao Brasil em 23 de agosto, e é dirigido por Sylvain White (diretor em Eu Sempre Vou Saber o Que Vocês Fizeram no Verão Passado). A história se passa em uma pequena cidade no Massachussetts e gira em torno de um grupo de quatro garotas adolescentes que realizam um ritual pela internet para invocar o Slender Man. Mas as coisas começam a ficar preocupantes quando uma delas desaparece, a Katie, interpretada por Analise Basso (Capitão Fantástico). O elenco que compõe o grupo principal, é interpretado pelas atrizes Joey King (A Barraca do Beijo), Julia Goldani Telles (série Bunheads) e Jaz Sinclair (Cidades de Papel).

O filme começa criando uma ótima atmosfera de terror, mostrando uma cidade pequena ladeada por florestas nebulosas, onde facilmente adolescentes sem juízo poderiam se perder tentando se comunicar com uma entidade maligna. O suspense é bem estruturado (a princípio!) e a narrativa quase que nos prende. As personagens são interessantes e nos fazem torcer por elas. Mas tudo isso só se sustenta até a primeira metade do filme. As tentativas de sustos são risíveis, abismando pela inabilidade do diretor de manter o bom ritmo inicial. A figura do Slender Man é mostrada demais, o que choca com a precariedade dos efeitos visuais. Acho até que foi proposital o diretor manter as cenas escuras o tempo todo, talvez tentando disfarçar a imperícia técnica da equipe de produção.

As cenas em que o Slender Man aparece e “ataca” alguém são quase cômicas, com algumas raras exceções de momentos que conseguem trazer algum nível de suspense. O tempo todo sentimos frustração ante a possibilidade do que esse filme poderia ter sido e não foi. Uma história com a premissa de uma lenda urbana bem fundamentada, com amplas possibilidades de ser explorada, mas que se resumiu a um enredo medíocre, em um filme de terror que é esquecido assim que termina. Não é de todo ruim, pois serve para passar o tempo. Pode ser descrito como um terror comum que, a depender do seu nível de humor ao assisti-lo, pode garantir até algumas risadas com as cenas que inutilmente tentam assustar.

Share This Article
Estudante de Letras nas horas vagas. Apaixonada por livros. Marvel é melhor que DC.
Leave a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *