Os Inocentes, nova série da Netflix, aposta na mistura de romance e mistério

Victor Fonseca
3 Min de Leitura

Todo mundo sabe que a Netflix se tornou referência no mercado que ela própria ajudou a consolidar. Com mais de 150 produções originais sendo disponibilizadas todo ano, agora, a nova aposta do serviço de streaming é a série britânica Os Inocentes. Com um tom que lembra muito outras produções originais da empresa, como Dark e The OA, o suspense traz toques sobrenaturais que se misturam à historia de amor de June e Harry.

Imagem: Netflix/Divulgação

Com apenas oito episódios, a série aposta na formula que tem dado certo em outras produções. Nesse caso, o romance adolescente é o fio condutor que move trama. June (Sorcha Groundsell) e Harry (Percelle Ascott) fogem de suas famílias para viverem o seu romance. Os problemas começam quando a garota descobre que é uma shape-shifter, sendo capaz de “roubar” a aparência das pessoas que toca. Sem entender exatamente como controlar essa habilidade, o amor de June e Harry será colocado a prova várias vezes.

Apesar de ser um drama adolescente, a série criada por Simon Duric e Hania Elkington se difere pela densidade que estabelece para a trama, envolvendo sexo, drogas e rebeldia, assuntos muito explorados nas séries inglesas e que aqui funcionam para dar profundidade ao arco dos protagonistas.

As transformações de June, por exemplo, ficam em segundo plano, servindo apenas como uma diferencial para um enredo comum. Antes de a temporada acabar, muitos espectadores estarão mais preocupados com os personagens do que com a trama dos shape-shifters.

Imagem: Netflix/Divulgação

O grande mérito da série é transformar uma história que se pauta no fantástico em algo mais realista. E o grande responsável é o ritmo da narrativa que se preocupa mais em desenvolver os conflitos do personagem, não tendo pressa em explicar o funcionamento dos poderes de June ou correr com a trama.

Os primeiros episódios são bem arrastados e isso pode se tornar maçante e incomodando os espectadores que anseiam por respostas mais rápidas. A primeira temporada parece servir mais para estabelecer o universo e os personagens, deixando o desenvolvimento da história para uma possível segunda temporada. O cliffhanger deixado no último episódio torna quase que fundamental que a história tenha uma continuação. Caso isso não aconteça, teremos novamente mais uma série sem um desfecho concreto.

No final das contas, Os Inocentes não é uma série brilhante ou inovadora, mas segue bem sua formula e trata os dilemas adolescentes com honestidade sem exagerar no drama ou subestimar o seu público alvo.

 

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Estudante de Jornalismo, mas formado em medicina após 14 temporadas de Grey's Anatomy. Viciado em séries e amante do cinema.
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