Consensos à parte, afinal de contas, qual o pior Megaman X?

Danilo de Oliveira
10 Min de Leitura

Com o lançamento de Megaman 11, o retorno da franquia, que também foi repaginada para as telas dos smartphones, resgata a nostalgia de fãs do jogo, que revisitam a série da CAPCOM que havia deixado saudade. O jogo de 1987, já passou da sua terceira década de existência e marcou mais de uma geração de gamers por todo o mundo.

Explicar porque Megaman é um bom jogo e porque atrai a atenção de jogadores por todo o mundo não é tão difícil — no tempos áureos, Megaman era um dos jogos que conseguia criar um ritmo acelerado, equilibrando com um nível de desafio que por vezes era frustrante, mas que instigava o jogador a querer descobrir falhas e potencialidades no jogo e no personagem. A trilha sonora conseguia sintetizar muito bem a velocidade do jogo, com algo que passava uma sensação de intensidade muito maior do que em jogos como Mario.

Para qualquer fã da série X, é extremamente recompensador e igualmente divertido conseguir novas armaduras, novos poderes e descobrir quais dos novos poderes são melhores contra diferentes tipos de chefes. Além do mais, não é mais divertido que os chefes são versões antropomorfizadas de animais? Olha pra essa coisa aqui. Sting Chameleon, Blaze Heatnix, Magma Dragoon, são todos designs interessantes. Além de claro, Sigma, que me dava muito medo quando criança.

 

Sting Chameleon, do Megaman X. Quem já enfrentou sabe como ele representa a imprevisibilidade e o rápido ritmo de jogo que há em Megaman

Para o post da vez, resolvi falar de uma série de jogos de tempos não tão distantes: Megaman X. O primeiro jogo que eu joguei de Megaman foi o considerado um dos piores jogos da série, Megaman X6. Negar que a minha nostalgia venha do Megaman X6 seria uma mentira, e assim eu estava obstinado a querer provar que o jogo é um grande injustiçado.

Para mudar essa situação, decidi jogar todos os jogos de série X — que fique claro, apenas até o 6, porque eu não consigo jogar o 7 e o 8, de tão frustrantes que são — para fazer um ranking. Esse foi o momento que notei que a ideia não era definir qual era o melhor jogo (quase todo o mundo sabe que é o X, X2, ou X4), mas qual era o pior jogo, tirando X7 e X8, para não ser tão óbvio.

Foi uma jornada de algumas semanas para conseguir terminar todos os seis jogos, mas aqui segue o ranking, que talvez possa te surpreender mais pro fim.

1- Megaman X4

 

Primeiro jogo da série já no Playstation 1, não é muita surpresa que a escolha aqui seja por um grande motivo: Zero. Apesar de não ser a primeira vez que o personagem se torna jogável, é certamente a primeira vez que ele é realmente utilizável. Sua aparição em Megaman X3 é praticamente nula, uma vez que morrendo com ele, o personagem não se torna mais utilizável.

Além de fases interessantes, com elementos no mínimo estranhos, a adição de Zero no enredo é feito de uma forma bem elaborada, para aqueles que não costumam avançar de forma exasperada qualquer diálogo no jogo para já ir direto à ação.

É um excelente cartão de visitas para quem nunca teve a oportunidade de jogar Megaman.

2- Megaman X2

Serge foi com certeza um dos hunters que mais me fez passar raiva, mas que ainda assim conseguiu manter meu entretenimento.

Megaman X2 é uma sequência de respeito. Garante tudo que a o jogo inicial da série X inaugurou, além de adicionar mais fases interessantes, novas armas com poderes que te fazem contornar obstáculos e a mecânica de dash no ar, que tornam as coisas na série X ainda mais interessantes.

A luta contra os Maverick hunters X hunters são mais um bônus em termos de desafio e entretenimento — coisa que esse jogo conseguiu fazer com maestria. A saga para reconstruir Zero é um ponto a mais.

3- Megaman X 

Quem diria que meu primeiro contato com sabres de luz seria com Megaman e não Star Wars

A escolha por Megaman X pode surpreender negativamente, mas a decisão por manter X abaixo do X2 e X4 é porque o X2 consegue melhorar o que foi trazido ao X, e X4 conseguiu fazer uma boa transição para o PS1, incrementar visualmente e em termos de jogabilidade e inserir a jogabilidade com Zero. Os três jogos são obras-primas.

Em suma, os hunters são mais desafiadores do que qualquer outra coisa no jogo. Assim como o mundo 1-1 de Mario Bros. é uma lição de como conseguir criar uma gameplay e ensinar um jogador a como jogar sem necessariamente fazer um tutorial que mais parece um desafio de raciocínio básico para crianças de três anos, a primeira fase de X é excelência em como se desenhar uma fase, criar os desafios e explicar de forma intuitiva como superá-los.

O jogo é uma obra-prima atemporal e com certeza um dos maiores sucessos do SNES — tanto no aspecto de jogabilidade, no visual, que supera tantos outros jogos do console por muito, como na trilha-sonora épica. Um verdadeiro clássico.

4- Megaman X3

 

Após jogar X4~X6, jogar com Zero em X3 é uma experiência no mínimo… estranha

De certo modo, dá para chamar Megaman X3 de ‘Megaman X2.2’. Excelente design de fases e nada mais. Não há uma grande nova proposta para o jogo e é um momento que parecia que a série X seria apenas mais do mesmo.

A grande vantagem desse jogo é a diversidade, uma gameplay mais extensa, além da gama de minichefes e armaduras novas a serem utilizadas. É um bom jogo, mas é no geral uma experiência um tanto frustrante poder ter apenas uma vida com o Zero.

5- Megaman X6

As rosquinhas da morte de Blaze Heatnix são a maior definição de anti-diversão existente

Que comece a defesa indiscriminada polêmica interessante da postagem. O top 3 é chover no molhado, mas aqui talvez uma pequena diferença. No geral, é comum dizer que esse é o pior jogo da franquia — e geralmente os argumentos são bons: feito em menos de um ano, Megaman X6 em termos de roteiro, torna o bom fim de Megaman X5 inútil (o que na verdade é um erro causado pela péssima tradução do japonês para o inglês), algumas das fases são extremamente irritantes (Blaze Heatnix, essa é para você) e a justificativa na história para esse jogo existir justifica porque não exista alguém que possa dizer que esse jogo não é um caça-níquel.

Mas no geral, os pros do jogo são algumas melhorias em relação ao X5. A Falcon Armor, no geral, é melhor e garante mais possibilidades, e em termos de gameplay, esse jogo flerta constantemente com o insuportavelmente difícil e o desafiadoramente difícil. É um jogo no geral imprevisível, pelo design de fases ruins, como em Rainy Turtloid, ou simplesmente experiências frustrantes e anticlimáticas, como em Metal Shark Player e o começo de Sigma.

Em defesa, pela primeira vez, o final boss 1 representa alguma dificuldade, a fase de Gate tem uma margem de desafio muito grande, que consegue chegar num ponto de equilíbrio entre dificuldade como desafio e não como estresse. É um jogo recompensante em saber que os desafios foram superados — o que requer, no geral, muita habilidade.

6- Megaman X5

Justiça seja feita, Grizzly Slash é uma fase no geral, divertida.

Se tanto reclamam do level design de Megaman X6, nada muito novo pode ser visto aqui. É uma sensação de repetição, sem nenhuma grande nova proposta. No geral, um jogo que não possui nenhum grande atrativo ou algo que atraia algo na memória, fora o final, mas é um jogo mediano com coisas irritantes, como as caixas de diálogo que não são possíveis de dar skip.

Megaman X5 possui um bom roteiro, que amarra bem a série, que acaba no final frustrado por X6. No mais, o jogo possui uma excelente trilha sonora e ainda consegue manter o grau de excelência de Megaman X, mas ele fica no fim da lista em comparação a X6

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1 Comment
  • Se fosse somando o Collection 1 e 2

    Disparadamente é o X7 o Pior, joguei nessa nova coletânea, sofrendo muito em parte pela péssima jogabilidade que tem um tom de mau desenvolvimento e atenção por parte da Capcom, assim como as inversões de câmera em 3D sinistramente horríveis.

    Fora o Axl que a principio é muito força barra, só vim gostar de algo no personagem pela versatilidade de armamento e o background em Zx Advent

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