O diretor de design de Cyberpunk 2077, Kyle Rowley, apresentou o novo game da CD Projekt Red a portas fechadas na E3 2018.
Como foi informado primeiramente pela produtora e reportado na Game Informer, o game será um RPG de mundo aberto em primeira pessoa.
O protagonista, V, pode ser um homem ou uma mulher. Os jogadores podem explorar Night City com uma série de diferentes veículos. Durante cutscenes, a perspectiva muda para a terceira pessoa.
Na demo mostrada na feira, assim como na série The Witcher, o game conta com nudez, e o protagonista V poderá fazer sexo com diferentes personagens da história.
(A demonstração, inclusive, mostra a versão feminina de V acordando depois de passar a noite com alguém)
O designer de quests do jogo, Patrick Mills, também explicou mais sobre como os romances funcionarão durante o game.
“Há certamente encontros românticos no game, tanto situações de romance mais sérios quanto casos de uma noite só, como você viu na demo.”
No jogo, é possível escolher o gênero de V, e isso influencia com quem você pode sair durante a história.
“Enquanto muitos dos personagens com quem você pode ter um romance no nosso jogo são bissexuais, nem todos são. Eles também têm preferências. Queremos que eles pareçam pessoas reais, com histórias próprias.”
A demo mostrada na feira o site Kotaku descreveu que o game exibe um mundo extremamente fiel às bases do subgênero do cyperpunk, na melhor tradição de William Gibson, um de seus principais influenciadores. A máxima do “high tech, low life” que domina a paisagem dessa literatura é imediatamente percebida no jogo, assim como os personagens marginalizados, afetados pela invasiva tecnologia, que pode ser vista tanto nas ruas como na pele.
Na trama, megacorporações dominam o mundo – e isso também é verdade em Night City, onde vive o mercenário (ou mercenária) V, entre gangues e pobreza. Tudo absurdamente povoado com uma enorme variedade de culturas e NPCs.
Como em todo bom RPG, você escolhe todos os atributos desse protagonista. Não existe a opção de classe, porém. Os desenvolvedores preferiram uma abordagem mais fluida, fazendo com que você escolha quem quer ser ao longo do jogo – de forma a enfrentá-lo na maneira que mais aprecia. “Dá para ser um verdadeiro Exterminador do Futuro, pesado e fortemente armado, ou um ninja de alta tecnologia – ou qualquer outra coisa”, explica Rowley. Você só precisa escolher um passado possível de uma lista, para dar mais estofo à história. Dessa forma, a CD Projekt quer que “você crie suas próprias regras” no game.
Essa customização pesada vem através da aparência, dos implantes cibernéticos, da melhoria de armas e da moda.
Implantes são adquiridos nos “Ripperdocs”, médicos que fazem upgrades de cyberware para melhorar o orgânico. No começo do jogo não há informações na tela, por exemplo. Nada que um olho cibernético não resolva. Um básico pode te mostrar sinais vitais na córnea. Os avançados podem incorporar zoom, scanner, mostrar informações das suas armas, etc. Tudo tem um preço, porém, e quanto mais raro o item – que tal um braço louva-a-deus com lâminas letais? – maior o custo. Sem falar dos médicos no mercado negro, que podem ter acesso a materiais militares ilegais…
Estilo e música são componentes fundamentais no cyberpunk e aqui não é diferente, com o que você veste influenciando não apenas sua defesa, mas também como você é percebido pelo mundo, sua credibilidade. A jaqueta certa pode abrir portas…
A trama ainda não foi discutida, mas a demo de 50 minutos que vimos sendo jogada começou com a mercenária resgatando uma socialite sequestrada. A gangue que a raptou estava atrás dos implantes cibernéticos caríssimos da garota, cujo GPS sinalizador foi cancelado através do uso de um vírus. Depois de uma intensa invasão, em que o potencial de combate do jogo foi demonstrado alterando armas e algum combate corporal (melee) com uso de drogas para aumentar temporariamente certos status (feito as poções de The Witcher) e empregando muita cobertura, V chega ao seu objetivo.
Nesse ponto, se a natureza adulta do game ainda não estivesse clara pela hiperviolência dos tiroteios e lutas, a nudez frontal da vítima – que precisa ser ressuscitada em uma cena forte, com uma mistura de drogas e hacking corporal – não deixa dúvidas: é um jogo censura 18 anos.
Ela e seu parceiro aceitam o trabalho pelos “eddies”, giria para Euro-Dólares, do serviço. Mas, após o desfecho, a dupla começa a ser mais reconhecida no submundo. Não tarda para que um gângster influente, cujos implantes são de ouro, os contrate para uma tarefa aparentemente simples… negociar com a gangue Maelstrom um drone militar ilegal que eles adquiriram.
A variedade de abordagens para cada situação é enorme. Nesta cena, V decide “começar negociando e depois, se preciso, partir pra cima”, como explica ao parceiro. Os Maelstrom são uma gangue repulsiva, que defende a desumanização do corpo, usando ostensivamente implantes corporais que os tornam mais máquina que carne.
Em um determinado momento, uma decisão coloca V em perigo – e todos os altamente modificados oponentes partem pro ataque. O demonstrador aproveitou a oportunidade paea mostrar mecânicas de foco (câmera lenta depois de um escorregão pelo chão), “take downs” aéreos, saltos duplos, customização de armas e muita munição cruzando o espaço (incluindo balas teleguiadas), destruindo não apenas os inimigos, mas também o ambiente. Pilares e paredes sumindo sob o fogo hostil.
Segundo os desenvolvedores, cada decisão e conclusão de objetivos terá impacto direto no mundo e consequências, como já fizeram em The Witcher 3. Incluindo encontros aleatórios dependendo do que você andou fazendo, ou se desistiu de uma missão. Em um momento pouco suspeito – em que V dirigia a um início de objetivo – os mesmos caras do começo da demo voltaram para se vingar, por exemplo.
Outro elemento importante são as corporações. Donos de tudo, eles comandam os militares e têm as melhores tecnologias. Os “Corpos”, quem trabalha nessas corporações, são arrogantes e inescrupulosos, mas também podem ser uma importante fonte de recursos.
Por último, a árvore de habilidades, cuja aquisição não foi demonstrada, inclui engenharia reversa e hacking, além de sistemas de análises de objetos (há informação em tudo, garantem). Tais habilidades podem ser aprimoradas ao ponto em que V poderá hackear pessoas, acessar sua rede de influência e alterar coisas como o funcionamento de armas dos oponentes.
As possibilidades são incrivelmente amplas – e se não se tratasse da CD Projekt, que sempre entrega mais do que promete nessas apresentações, eu desconfiaria.Só isso já faz Cyberpunk 2077 o game mais aguardado dos próximos anos.