Deadpool é um filme conquistado pelos fãs! Desde sua aparição(ridícula por sinal) em X-Men Origens: Wolverine,os fãs sempre pediram uma redenção por parte do estúdio para com o personagem.Ryan Reynolds também.Depois de fracassar em Blade Trinity e Lanterna Verde, o ator junto com o diretor Tim Miller conseguiram através de uma cena teste vazada na internet, que o estúdio produzissem um filme do mercenário tagarela com todos os ingredientes que fazem Deadpool ser Deadpool:sangue,zoação,quebra da quarta parede e outras.Uma espera realmente compensada.
Deadpool é basicamente uma comédia. Sim, é sobre um super-herói, mas é, principalmente, uma comédia e não tem medo de atirar para todos os lados, zoando ou citando tanto concorrentes quanto os próprios filmes da Fox. Aqueles que esperarem um filme de super herói convencional podem acabar não gostando da produção, mas se abraçarem a idéia vai ter ótimas gargalhadas com ele.
A história embora não seja fiel completamente á origem do personagem nos quadrinhos,nos apresenta bem ele. Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um mercenário boca suja, meio louco, mas bem intencionado, que descobre que tem câncer em estágio terminal. Preocupado em deixar para trás o amor de sua vida, Vanessa Carlysle (Morena Baccarin), ele se sujeita a participar de um tratamento experimental em um laboratório secreto. Ali, passa meses sendo torturado até seu gene mutante despertar, o que o concede um fator de cura mas uma pele completamente deformada. Apesar de curado do câncer , Wade não tem coragem de se revelar para Vanessa com seu rosto cheio de marcas. Ele assume a identidade de Deadpool para se vingar de Ajax (Ed Skrein), o cientista maligno e antagonista principal do filme. Ao longo do caminho, alguns rostos conhecidos aparecem para ajudá-lo na missão.
Os diálogos do roteiro escrito por Rhett Reese e Paul Wernick (ambos autores de Zumbilândia) fazem jus ao humor do personagem que ganhou a alcunha de “mercenário tagarela”, que não poupa ninguém. Sobra para Ryan Reynolds, para os X-Men, para a própria Fox, distribuidora do longa, Hugh Jackman, Liam Neeson, Um Lugar Chamado Notting Hill. Apesar do texto ágil e afiado (não pisque os ouvidos), a trama central é relativamente simples e previsível. Mas cumpre a função de apresentar um personagem não tão conhecido do grande público e cujo o cunho está na zoação.
As cenas de ação são outro triunfo também. A violência é usada numa escala compatível com a do humor. Numa direção oposta à do frenesi de Michael Bay, por exemplo, aqui é possível “apreciar” cada detalhe dos embates, muitas vezes, em câmera lenta mesmo (pode até piscar – os olhos mesmo). Não, você não está sendo enganado.
Já a computação gráfica é competente, mas em alguns momentos notamos sua presença – talvez fruto do baixo orçamento para as produções Marvel – porém não é nada que tire o brilho da produção.
Ryan Reynolds mostra que este é o super herói que nasceu para interpretar e sua dedicação nos diálogos e até sua capacidade de se auto-zombar como ator dão a um filme uma atuação digna de respeito. Ed Skrein como Ajax funciona,apesar de ser um personagem bem caricato com jeito unidimensional demais, fruto do roteiro simples. Morena Baccarin tem um ótimo carisma e acompanha muito bem as situações depravadas que o roteiro exige, apesar do pouco tempo de sua personagem.
Brianna Hildebrand é uma adolescente mutante como Negasonic Teenage Warhead e Gina Carano manda bem como vilã carrancuda.
Divertido e violento, Deadpool é uma grande adaptação que realmente colocou os fãs em primeiro lugar, sem deixar o público em geral alienado. O longa abusa sim dos clichês, mas faz isso por um bom motivo: garantir piadas. Além disso, Miller foi inteligente ao seguir o exemplo de Guardiões Da Galáxia e usar músicas pop para dar um toque de humor. A participação de Stan Lee também é ótima e a cena pós-créditos vai arrancar ainda mais risos.