Filme ‘Fala Sério, Mãe!’ é um guia básico para o diálogo entre mães e filhas

João Fagundes
5 Min de Leitura

Com a chegada das férias é impossível não levar as crianças para os cinemas. Por essa razão o aguardado filme baseado na série de livros da autora brasileira Thalita Rebouças está chegando só agora, dia 28 de Dezembro, também por ser aniversário da atriz mirim Larissa Manoela. Por abordar temas típicos da juventude, muitos pais ficam na dúvida se “Fala Sério, Mãe!” será um filme que vale a pena acompanhar com os filhos, já que costumam ser direcionados apenas para o público infantil, incluindo trilha sonora e gírias que fazem qualquer criança adotar para si ao sair da sala imitando os personagens, o que nem sempre os pais aprovam. Essa é a oportunidade que as mães e filhas precisavam para entender uma a outra. “Fala Sério, Mãe!” é o segundo livro de Thalita que ganha adaptação, sendo o “Uma Fada Veio Me Visitar” que deu origem ao filme “É Fada!

Angela Cristina (Ingrid Guimarães) está vivendo o sonho de ser mãe. Como mulher essa é uma etapa importante, mas com a chegada do bebê tudo pode se tornar uma grande dor de cabeça. Maria de Lourdes (Larissa Manoela) é a menina que Angela desejou desde o momento que não sabia o sexo do bebê. O problema é cuidar não só dela, mas de seus dois irmãos que chegaram logo em seguida, e pra qualquer mãe é difícil se separar dos filhos no primeiro dia na escola, entender que vão crescer e preferir descer do carro uns 2 metros de distância de qualquer lugar que os colegas estejam para não passar vergonha e assim por diante. Manu, como prefere ser chamada, é a adolescente que sabe se virar sozinha, mas entende a importância de se abrir com sua mãe sobre temas diversos como garotos, carreira profissional e até festa de 15 anos. O que poderia dar errado?

A dinâmica que chama atenção no filme é a narrativa, que assim como no livro homônimo começa com a mãe contando cada detalhe da gestação, nascimento e amadurecimento. Chegou na adolescência? Agora é o momento da filha contar sua própria história, sendo lindo ver a troca de passes entre as duas. As situações são um resumo de uma família como qualquer outra, que os pais podem se separar e nem por isso perder o carinho pelos filhos, que talvez seja melhor permitir que os filhos comecem a decidir desde cedo o que é melhor para eles. Outro ponto positivo é a relação entre as protagonistas, que realmente passam a impressão de estarem se divertindo ao interpretar. Uma pena que isso só esteja perceptível na relação da Ingrid com a Larissa. Aqui até a filha vira mãe em alguns momentos.

A ambientação é adequada para cada época, o que na época do nascimento tem proximidade com os anos 90 e até a trilha sonora ajuda nisso, pois mistura canções das gerações anteriores e as da atual. Então não se surpreenda ao ouvir Tim MaiaSkankSandy & Junior e até mesmo ver e ouvir o Fábio Jr., que em entrevista, Ingrid afirmou que o show foi de verdade e que a cena foi filmada em uma tomada para não “atrapalhar” o cantor. De músicas mais recentes temos o sucesso “Trem Bala” da cantora Ana Vilela e até mesmo as canções interpretadas pela Larissa Manoela, que continua em sua carreira paralela na música. A surpresa mesmo foi ver Ingrid Guimarães soltando a voz também, já que mãe e filha cantando junto pode ser a coisa mais linda do mundo, mesmo desafinando. Outra surpresa ficou com as participação especial do ator e comediante Paulo Gustavo e referências do “Minha Mãe É uma Peça“.

Por fim, escolher um filme entre tantos pra criança é uma tarefa desafiadora. Se a opção do cinema nacional for levada em consideração, é um dos melhores em cartaz. Mas sabemos que as animações são tão queridas quanto um filme que pode ser mais para as mães que desejam se aproximar mais das suas filhas e é pra isso que o filme e o livro estão disponíveis, pois abrem oportunidade para falar de todos os assuntos delicados que chegam mais cedo ou mais tarde. Com a direção de Pedro Vasconcelos (diretor do recente “Dona Flor e seus Dois Maridos“) é chegada a hora de tirar as crianças de casa.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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