CCXP 2017 | Confira o que rolou no painel ‘construindo os X-Men’ no segundo dia

Victor Fonseca
4 Min de Leitura

No segundo dia de CCXP – Comic Con Experience 2017 conferimos o painel Mutatis Mutandis – construindo os X-Men, com a presença de peso dos quadrinistas  Bill Sienkiewicz, Arthur Adams e Carlos Pacheco, todos nomes importantíssimo no universo, em HQs como Legion e Novos Mutantes.

Durante a conversa os convidados refletiram sobre as transformações nas formas de fazer quadrinhos ao longo dos anos. Uma das críticas feitas por Bill ao contexto atual envolve as constantes exigências, tanto da Marvel quanto da DC, para que mudanças sejam feitas nos personagens, principalmente no que diz respeito à características físicas e aos uniformes. Adams completa “todos parecem com personagens do cinema agora”.

Essa tendência das empresas parece ser uma forma de atrair mais o público que se identifica com a representação dos personagens na tela, e talvez assim alavancar a venda das HQs, que há um bom tempo vem diminuindo e perdendo espaço para outros formatos no mercado.

Os artistas também foram.questionados sobre as técnicas que preferem utilizar durante seu processo criativo. O quadrinista espanhol, Carlos Pacheco costuma desenhar com dois tipos de técnicas, um misto de digital, caneta e papel, embora prefira o clássico. Bill, diz utilizar o digital com algo secundário, para ele processo de criação é muito orgânico. Enquanto que Adams foi mais direto em sua resposta, disse não trabalhar com a técnica digital por não saber como usar esse tipo de tecnologia.

Como criador do personagem e HQ que inspirou a produção da série de TV da Fox, Legion, Bill falou também do seu envolvimento com a obra como espectador. Segundo ele a série está acertando no tema e na abordagem que ele propôs sobre questões que envolvem o psicólogico e os questionamentos sobre o que é ou não real. Disse ficar emocionado ao ver seu nome nos créditos da série e saber que “tem algo a ver com o que está acontecendo”.

Questionados sobre outras adaptação dos X-Men, Adam fala sobre o objetivo principal ser uma abordagem histórica dos heróis pautada nas diferenças, mas destaca que isso deveria ser representado de forma mais profunda “mais do que eles só salvando o mundo, esses personagens também tentam salvar a si mesmos”. Pacheco diz não assistir muitos filmes de super heróis, prefere observar a influência dos quadrinhos em outros gêneros na tv e no cinema do que as próprias adaptações.

Por fim eles deram dicas pra quem deseja se tornar um quadrinista e alcançar o reconhecimento pelo seu trabalho.
Bill foi curto e direto “se você tem que perguntar se você um artista ou não, então você não é. A única dica que eu dou é não pare”.

Adam foi mais preocupado com a saúde e recomendou uma boa alimentação, exercícios físicos além de fazer um.alerta para aqueles que pensão que a vida de artista no mundo dos quadrinhos é fácil “cuide de você(…) você tem que se cuidar porque a Marvel e DC não vão cuidar de você”. Pacheco respondeu com um viés mais metódico em sua dica, além de alertar aqueles que pensam que para alcançar esse patamar é preciso apenas saber desenhar “você deve ser profissional, praticar em casa com um relógio. A indústria trabalha com pressão e prazos. Desenhe páginas , com histórias não só imagens”. É preciso mais do que um bom desenho para chegar onde essas figuras chegaram e atingirem esse patamar no mundo dos quadrinhos

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Estudante de Jornalismo, mas formado em medicina após 14 temporadas de Grey's Anatomy. Viciado em séries e amante do cinema.
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