Um Perfil Para Dois | Aquele clichê romântico com toque europeu

Priscila Dórea
3 Min de Leitura

O plot de Um Perfil Para Dois já é um velho conhecido nosso. Seja em filme, série ou livro, alguma vez você já deve ter ficado na ponta da cadeira observando o desenrolar da história de um personagem que esconde sua verdadeira identidade e por isso, corre o risco de perder o super amor de sua vida. Esse filme é assim. Com um toque a mais.

O longa conta a história de Alex (Yannis Lespert), um escritor que acaba tendo que morar com a namorada Juliette (Stéphanie Crayencour) e sua família por não conseguir emprego. Depois de 3 meses observando sua filha sustentando o namorado, Sylvie (Stephane Bissot) tem um trabalho para o genro: ensinar ao seu pai, Pierre (Pierre Richard), avô de Juliette, a mexer no computador. Porém existem alguns detalhes nesse esquema: 1) Pierre não está falando com Juliette e 2) ele adora o ex da neta, David (Pierre Kiwitt), por isso Alex de modo algum pode dizer que é o atual namorado dela.

A cumplicidade e amizade que surge entre Alex e Pierre é um dos pontos mais apaixonantes do filme. Enquanto o mais jovem parece sempre triste e desgostoso da vida, o senhor de 79 anos, apesar de rabugento, é muito apaixonado. O laço que nasce entre eles não o de avô e neto, mas de verdadeira amizade. Amizade essa que seria seriamente abalada, em muitos outros roteiros – o que não acontece aqui -, com o surgimento de Flora (Fanny Valette), jovem fisioterapeuta que Pierre conheceu pela internet usando a foto de Alex, sem o conhecimento do mesmo.

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Enquanto o roteiro se desenrola, aqueles já muito acostumados com toda a mecânica do cinema brasileiro e americano, vai se surpreendendo um pouco com o desenvolvimento da história. As reações e escolhas dos personagens ao longo do filme fazem o roteiro fugir um pouco do clichê. Ainda que o que já conhecemos esteja ali. Por falta de um comentário melhor, podemos apenas dizer que “é um filme bem francês”.

Um Perfil Para Dois não tem aquele espírito selvagem de traição. Ou aquele desejo de vingança. Nem mesmo aquele amor ensandecido. No lugar disso, você irá encontrar pessoas egoístas, felizes, desesperadas, alienadas, apaixonadas, entediadas, saudosas… Pessoas reais bem ao estilo europeu, tentando ir além com o que têm em mãos.

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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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