“Lino” é um esforço legítimo para o ramo das animações brasileiras

João Fagundes
4 Min de Leitura

A Fox film do Brasil está investindo em próximos sucessos como “Rio“(2011). Com isso decidiu dar mais uma chance aos animais: adoráveis, mas tão recorrentes em animações. Sabendo disso, o diferencial precisa existir em “Lino – O Filme“, também conhecido como “Lino – Uma Aventura de Sete Vidas“, mostrando que é possível sim fazer uma animação brasileira de qualidade. O lançamento é uma animação do mesmo diretor de “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes“(2009), Rafael Ribas. É chegada a hora de investirmos mais no público infantil, mas será que o gato Lino é capaz de fortalecer nossa tentativa?

Antes de tudo, Lino (Selton Mello) não é um gato, e sim um rapaz bastante azarado. Desde muito cedo ele sofria todos os tipos de desilusões, mas nem quando cresceu a situação mudou. Após seis anos alegrando festas infantis (ou melhor dizendo apanhando das crianças em uma fantasia velha de gato) e sendo motivo de piadas entre outros adultos, inclusive seu ex-colega valentão Victor que decide se aproximar sem motivos. O que fazer? Recorrer a magia. Após uma visita ao Don Leon, feiticeiro local que ajuda nosso herói da forma mais inusitada. Transformando Lino num gato com altura de homem.

A ideia da obra pode agradar ao público infantil tranquilamente, mas não conseguirá tirar um riso sequer dos adultos. Seu maior problema foi a construção de personagens típicos em situações pouco originais, e poderiam ser divididos em dois grupos: os desajeitados com breves lampejos de inteligência e os pessimistas que só sabem reclamar e esperar a situação piorar. Nosso protagonista é um pessimista, mas de uma forma que compromete o início do filme, pois o que era pra ser engraçado nos deixa incomodados. O mesmo da policial Janine (Dira Paes), que tem a dificuldade de exercer sua profissão ao lado de dois colegas atrapalhados, Osmar e Mellos.

Todos se encontram de uma forma previsível, embora comece a pegar um ritmo melhor depois que Lino começa a buscar uma solução para seus problemas, que se tornam maiores quando pensam que ele sequestra crianças. Se é possível encontrar uma personagem engraçada, essa é a Patty (Paola Oliveira), a grande surpresa para quem pensava que ela se tornaria algo de apenas um instante. A dublagem conseguiu aprovação, mas a animação foi um tanto pausada demais em momentos que seria necessário uma coisa mais enérgica, dando um tom amador para a produção. Cheio de referências como “O Grilo Feliz“, “Harry Potter“, “Homem-Aranha” e até mesmo “He-man“.

Sua conclusão é melhor, pois garante um belo desfecho e cria uma ótima lição para o público infantil. Aguardem que haverá uma cena logo após os créditos com ilustrações que revelam mais da história após o filme. A música “Mais Uma Vez” de Renato Russo será executada na voz de crianças e fará da trilha sonora uma coisa fofa para se adequar ao filme. Esperamos que tentativas como essa venham para acrescentar experiência do jovem diretor.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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