8 livros eróticos para esquecer Cinquenta Tons (+18)

Carol Magalhães
11 Min de Leitura

Uh lá lá! Cinquenta Tons de Liberdade estreiou este mês e foi o final da série de filmes que, baseados nos livros de E. L. James, causaram um furor nas mentes mais puritanas em 2015.

Contents
Trecho: “Duas bocas juvenis disputavam meu cu, meus colhões e meu pau, e eu não parava de abrir pernas úmidas de saliva e porra. Era como se eu quisesse escapar do abraço de um monstro,  e esse monstro era a violência dos meus movimentos. (…) A violência dos trovões nos assustava e aumentava nossa fúria, arrancando-nos gritos que ficavam mais fortes a cada relâmpago, ante a visão de nossos séculos.”Trecho: Você tinha razão quando dizia que eu nasci para trepar, como pode ver, até mesmo a minha Alma quer se sentir desejada e exala o seu cheiro, cheiro de fêmea. Talvez a mão que liberou meus espíritos seja a sua, professor. E ouso dizer que somente o seu olfato foi capaz de captar o meu suco, a minha Alma. Não brigue comigo,  professor, se estou me comprometendo, sinto que tenho que fazer isso, pelo menos no futuro não vou sentir remorso por perder alguma coisa sem tentar agarrá-la. Essa coisa faz ranger dentro de mim uma porta que não foi bem lubrificada, o barulho é ensurdecedor.Trecho: Bem-aventurada, aprendi, ao ser sodomizada, que esta é uma experiência de eternidade num instante de tempo real. A sodomia é o ato sexual de confiança final. Quero dizer, você realmente pode se machucar – se resistir. Mas se deixar o medo para trás, literalmente ultrapassando-o, ah, que felicidade se encontra do outro lado das convenções. A paz que se encontra além da dor. Ir além da dor é a chave. Uma vez absorvida, ela é neutralizada e permite a transformação. O prazer em si é uma mera absolvição temporária, uma distração sutil, uma anestesia enquanto se está a caminho de algo maior, mais profundo, mais embaixo. A eternidade fica muito, muito além do prazer. E além da dor.Trecho: Certos devaneios, é natural, são eróticos, e mergulhei neles muito antes de saber em que consistiam exatamente os atos sexuais, quando eu ainda os assimilava apenas aos beijos na boca e às carícias nos seios. Aliás, é provável que minha natureza sonhadora combine com minha tendência à masturbação. Desde jovem, acompanho minhas sessões de masturbação com construções fantasiosas, a maioria delas longas e muito elaboradas. Elas são recorrentes e vão se tornando complexas e se ramificando ao longo do tempo, às vezes durante anos, como essas novelas que não acabam nunca e cujo roteiro é improvisado de acordo com a inspiração dos autores. Eu não saberia atingir o orgasmo sem elas. No entanto, os devaneios eróticos não estão todos ligados ao ato da masturbação.Trecho: Por fim, tiramos a roupa e fomos pra cama. Primeiro Mercedes, depois eu. Nos beijamos. Fiquei sassaricando aquela buceta. Ela pegou no meu pau. Montei nela. Ela mesma meteu meu pau lá dentro. Era bem apertadinha. Fiquei brincando um pouco. Colocava e tirava, colocava e tirava, só a cabeça. Daí, devagarinho, enfiei até o cabo. Sem pressa. Meti com força umas quatro ou cinco vezes. Ela gemia, com a cabeça apoiada no travesseiro. “Ãããiiii…” Maneirei e fiquei só bimbando de leve. Noite abafada, os dois suando muito. Mercedes estava doida de cerveja e maconha. Resolvi que o final seria esplendoroso, ia mostrar-lhe umas coisinhas. Continuei chacoalhando. Mais cinco minutos. Mais dez. Não conseguia gozar. Comecei a fraquejar. Fiquei mole. Mercedes não gostou:– Continua! – pediu. – Ah, continua, baby!Trecho: E então, com a expressão de homem mais bonita que já vi na minha vida e exalando um cheiro para sempre irreproduzível, gozou muito fundo dentro de mim e eu senti, senti mesmo, aquele jato me inundar gloriosamente aos borbotões, aquela pica grossa e macia pulsando ereta dentro de mim, ai! Eu não gozei, mas só tecnicamente, porque de outra forma gozei muito naquele momento, não posso descrever minha felicidade, minha profusão de sentimentos, me sentir mulher, me sentir fodida, me orgulhar de ter sido esporrada em meio a meu sangue, sem fricotes, como uma verdadeira fêmea deve ser inaugurada por um verdadeiro macho.Trecho: Nem dizia gozar, usava ter prazer, atingir o orgasmo. Ficou louca da vida no chá de cozinha de uma amiga, as meninas brincando, morriam de rir quando ouviam a palavra orgasmo. Gritavam: como pode uma palavra tão feia para uma coisa tão gostosa? Que grosseria tinha sido aquele chá, a amiga nua no meio da sala, porque tinha perdido no jogo de adivinhação dos presentes. E as outras rindo e comentando tamanhos, posições, jeitos, poses, quantas vezes. Mulher, quando quer, sabe ser pior do que homem. Sim, só que conhecia muitas daquelas amigas, diziam mas não faziam, era tudo da boca para fora. A tua boca engolindo inteiro o meu cacete e o meu creme descendo pela tua garganta, para te lubrificar inteira. Que nojenta foi aquela carta, ela nem acreditava, até encontrou uma palavra engraçada, inominável.

Mas me desculpem a sinceridade: a trilogia não é, nem de longe, o melhor ou o mais “safado” exemplo de literatura erótica. Na verdade, considerando que Cinquenta Tons foi baseado em uma fanfic, é preciso admitir que o livro é até leve demais (os leitores que já se aventuraram nas fics 18+ sabem o que quero dizer), especialmente se considerarmos o tema de sadomasoquismo a que se propõe.

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Com isso em mente, o Cinesia fez uma curadoria de 8 bons livros eróticos para lermos dizermos adeus de vez à trilogia da E. L. James!

1 – A História do Olho, Georges Bataille

O livro, de um escrito francês, foi publicado em 1928, conta a história de um menino que relembra todas as… façanhas sexuais que já praticou com sua amiga, Simone. Além de sexo, há discussões sobre a morte, a vida e nossa relação com nossos corpos. E também coisinhas não menos mórbidas mas definitivamente mais sexy, como voyerismo.

Trecho: “Duas bocas juvenis disputavam meu cu, meus colhões e meu pau, e eu não parava de abrir pernas úmidas de saliva e porra. Era como se eu quisesse escapar do abraço de um monstro,  e esse monstro era a violência dos meus movimentos. (…) A violência dos trovões nos assustava e aumentava nossa fúria, arrancando-nos gritos que ficavam mais fortes a cada relâmpago, ante a visão de nossos séculos.”

2 – Cem Escovadas Antes de Ir Para Cama, Melissa Panarello

Uma jovem colegial, após perder sua virgindade aos 15 anos, descobre o mundo do sexo e todas suas possibilidades – sexo grupal, sexo com desconhecidos, orgias regadas a drogas, sadomasoquismo -, reveladas num diário. A protagonista tem o mesmo nome da autora do livro, que afirma ter passado por todas as situações sobre quais escreveu. Deu origem ao filme de 2005.

Trecho: Você tinha razão quando dizia que eu nasci para trepar, como pode ver, até mesmo a minha Alma quer se sentir desejada e exala o seu cheiro, cheiro de fêmea. Talvez a mão que liberou meus espíritos seja a sua, professor. E ouso dizer que somente o seu olfato foi capaz de captar o meu suco, a minha Alma. Não brigue comigo,  professor, se estou me comprometendo, sinto que tenho que fazer isso, pelo menos no futuro não vou sentir remorso por perder alguma coisa sem tentar agarrá-la. Essa coisa faz ranger dentro de mim uma porta que não foi bem lubrificada, o barulho é ensurdecedor.

 

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3 – A Entrega – Memórias Eróticas, Toni Bentley
O enredo de A Entrega é simples: uma mulher descobre os prazeres do sexo anal, o que a faz ver de outra forma toda sua sexualidade. A autora também discorre sobre a obsessão da protagonista sobre seus desejos. Mas, vamos admitir, o que importa mesmo é a primeira frase.
Trecho: Bem-aventurada, aprendi, ao ser sodomizada, que esta é uma experiência de eternidade num instante de tempo real. A sodomia é o ato sexual de confiança final. Quero dizer, você realmente pode se machucar – se resistir. Mas se deixar o medo para trás, literalmente ultrapassando-o, ah, que felicidade se encontra do outro lado das convenções. A paz que se encontra além da dor. Ir além da dor é a chave. Uma vez absorvida, ela é neutralizada e permite a transformação. O prazer em si é uma mera absolvição temporária, uma distração sutil, uma anestesia enquanto se está a caminho de algo maior, mais profundo, mais embaixo. A eternidade fica muito, muito além do prazer. E além da dor.
(Aqui, leitor, você já pode perceber um padrão: todos este livros escolhem uma forma de “diarizar” sua vida sexual. Seja através de memórias ou através do uso da primeira pessoa, será que é uma versão literária do POV porn? A certeza é só que qualquer um deste é melhor narrador do que Anastasia.)

4 – A Vida Sexual de Catherine M., Catharine Millet

Outra mulher que decidiu publicar suas memórias sexuais, Chatharine é uma serial lover – ou transante em série? Como prefira, A Vida Sexual de Catherine M. retrata uma protagonista em busca do sexo pelo sexo, sem emoções e na maior variedade possível.

Trecho: Certos devaneios, é natural, são eróticos, e mergulhei neles muito antes de saber em que consistiam exatamente os atos sexuais, quando eu ainda os assimilava apenas aos beijos na boca e às carícias nos seios. Aliás, é provável que minha natureza sonhadora combine com minha tendência à masturbação. Desde jovem, acompanho minhas sessões de masturbação com construções fantasiosas, a maioria delas longas e muito elaboradas. Elas são recorrentes e vão se tornando complexas e se ramificando ao longo do tempo, às vezes durante anos, como essas novelas que não acabam nunca e cujo roteiro é improvisado de acordo com a inspiração dos autores. Eu não saberia atingir o orgasmo sem elas. No entanto, os devaneios eróticos não estão todos ligados ao ato da masturbação.

5 – Mulheres, Charles Bukowski

Henry Chinaski é um alter ego do autor, que, alcoólatra, está a quatro anos sem transar. Até que conhece uma mulher – e depois outra, e outra… – e daí começa a entrar na vida delas, conseguir uma transa e sair deixando sua bagunça (emocional, não a literal). Livro irônico e sincero: tipicamente Bukowski.

Trecho: Por fim, tiramos a roupa e fomos pra cama. Primeiro Mercedes, depois eu. Nos beijamos. Fiquei sassaricando aquela buceta. Ela pegou no meu pau. Montei nela. Ela mesma meteu meu pau lá dentro. Era bem apertadinha. Fiquei brincando um pouco. Colocava e tirava, colocava e tirava, só a cabeça. Daí, devagarinho, enfiei até o cabo. Sem pressa. Meti com força umas quatro ou cinco vezes. Ela gemia, com a cabeça apoiada no travesseiro. “Ãããiiii…” Maneirei e fiquei só bimbando de leve. Noite abafada, os dois suando muito. Mercedes estava doida de cerveja e maconha. Resolvi que o final seria esplendoroso, ia mostrar-lhe umas coisinhas. Continuei chacoalhando. Mais cinco minutos. Mais dez. Não conseguia gozar. Comecei a fraquejar. Fiquei mole. Mercedes não gostou:
– Continua! – pediu. – Ah, continua, baby!

6 – A Casa dos Budas Ditosos, João Ubaldo Ribeiro

João Ubaldo disse que este livro foi inspirado em uma mulher real, idosa, que era fã de seus escritos e lhe enviou uma carta detalhada com toda. sua. vida. sexual. Seria verdade? De qualquer forma, estamos diante de uma protagonista sincera, que não se recusa a ter todas as transas que a vida pode proporcionar, sem culpa, medo ou vergonha.

Trecho: E então, com a expressão de homem mais bonita que já vi na minha vida e exalando um cheiro para sempre irreproduzível, gozou muito fundo dentro de mim e eu senti, senti mesmo, aquele jato me inundar gloriosamente aos borbotões, aquela pica grossa e macia pulsando ereta dentro de mim, ai! Eu não gozei, mas só tecnicamente, porque de outra forma gozei muito naquele momento, não posso descrever minha felicidade, minha profusão de sentimentos, me sentir mulher, me sentir fodida, me orgulhar de ter sido esporrada em meio a meu sangue, sem fricotes, como uma verdadeira fêmea deve ser inaugurada por um verdadeiro macho.
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+BÔNUS

Obscenidades para uma dona de casa (conto), Ignácio de Loyola Brandão

Uma dona de casa recatada recebe cartas obscenas de alguém anônimo.
Simples? Nem tanto. (Pessoalmente, um dos meus contos favoritos. Surpreendente, engraçado e muito, muito sexy – recomendadissímo!)

Trecho: Nem dizia gozar, usava ter prazer, atingir o orgasmo. Ficou louca da vida no chá de cozinha de uma amiga, as meninas brincando, morriam de rir quando ouviam a palavra orgasmo. Gritavam: como pode uma palavra tão feia para uma coisa tão gostosa? Que grosseria tinha sido aquele chá, a amiga nua no meio da sala, porque tinha perdido no jogo de adivinhação dos presentes. E as outras rindo e comentando tamanhos, posições, jeitos, poses, quantas vezes. Mulher, quando quer, sabe ser pior do que homem. Sim, só que conhecia muitas daquelas amigas, diziam mas não faziam, era tudo da boca para fora. A tua boca engolindo inteiro o meu cacete e o meu creme descendo pela tua garganta, para te lubrificar inteira. Que nojenta foi aquela carta, ela nem acreditava, até encontrou uma palavra engraçada, inominável.
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Caroline Magalhães é estudante de jornalismo, blogueira e leitora ávida. Vira fã das coisas em segundos e tem milhões de crushs que moram em livros, séries ou filmes. No Cinesia, escreve sobre histórias do mundo nerd.
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