5 motivos para querer escrever o nome do filme no Death Note

Priscila Dórea
6 Min de Leitura

O que mais temíamos aconteceu. Quando a Netflix anunciou que começaria a produzir uma nova versão de Death Note, uma pouca parcela de pessoas resolveu que daria uma chance, mas a grande maioria apenas disse não. O principal problema de inicio foi o elenco americano. Então veio o medo de como ficaria a caracterização no que diz respeito a personalidade desses personagens. E o aviso: é uma adaptação. Sim, nós fomos avisados. Porém, tudo foi MUITO pior do que poderíamos imaginar.

O Cinesia resolveu listar 5 motivos para querer escrever o nome do filme no Death Note e um questionamento: será que o caderno mata filmes?

1. O jovem Turner não é o jovem Yagami

Uma das primeiras coisas que podemos perceber ao começar a assistir o filme é a disparidade na personalidade entre o Light do filme e o Light original. Podemos até aguentar o fato dele ser apenas um aluno acima da média, que faz atividades dos outros por dinheiro ao invés de ser super inteligente… Mas aquele encontro histérico e cheio de vergonha alheia que ele tem com Ryuk é impossível de aguentar. Falta egocentrismo nele. Falta confiança, determinação, sociopatia e psicopatia. Temos que virar Light Turner do avesso e injetar uma dose “deus do novo mundo” nele.

2. L e seu descontrole

L é o detetive mais inteligente do mundo. Ele é peculiar, estranho, viciado em doces e cheio de manias esquisitas. Tudo isso você encontra no filme. Porém, junto a tudo isso, L é muito calmo, muito metódico, nunca se precipitando ou perdendo o controle da situação. O que encontramos no filme é um L meio Mello (um dos possíveis substitutos do L que aparece mais para frente no mangá), que se descontrola, grita, esperneia e sai correndo por becos empunhando uma arma atrás do Kira.

Enquanto assistia, só imaginava como que L, a definição do sedentarismo nerd, podia correr daquele jeito sem perder o fôlego. Ele não é um detetive do Hawaii Five-0 que sai correndo atrás de bandidos. Ele faz mais o estilo “cara da cadeira” explicado no Homecoming do Peter Parker.

3. O nome verdadeiro de Watari

O Watari é a ponte de L com a sociedade – apesar do roteiro do filme não deixar isso claro pela rapidez das coisas – e por esse motivo ele tem tanto ou até mais motivos para esconder sua identidade juntamente com o super detetive. O nome de Watari não é Watari e essa é uma dedução bem lógica se tratando do braço direito de um dos maiores detetives do mundo. No entanto, o Watari do filme é Watari mesmo, e é pego pelo Kira tão rápido quanto o desgosto alcançado ao começar a assistir esse filme.

(A quem possa interessar: o nome real de Watari é Quillsh Wammy).

4. Nome de Ryuk no Death Note

No filme, enquanto folheia o Death Note para lá e para cá, o Light percebe que tem um aviso raivoso de algum antigo dono que diz: “Não confie no Ryuk. Ele não é um bicho de estimação. Ele NÃO é seu AMIGO!”. Isso está escrito no Death Note, todas as letrinhas do nome do shinigami. Porém, em um dos surtos revoltados do Light, ele ameaça por o nome do comedor de maça no caderno, no que ele responde: “A última vez que tentaram escrever meu nome no Death Note, não passaram de duas letras”. Então você lembra do aviso que o Light leu umas cenas antes e… Que?

(Lembrando que não existe nada na história original que diga com certeza que um shinigami pode morrer se tiver seu nome assinado no caderno).

5. Kira vs. L

O que mais atrai na história de Death Note não são os shinigamis nem o Death Note em si, e sim os jogos de inteligência. A história é uma verdadeira batalha de mentes. Uma longa caçada de gato e rato com Light trabalhando com L para pegar a si mesmo, enquanto L o mantém perto não apenas por suspeitar (com uma enorme porcentagem) que Light seja Kira, mas também porque, caso ele não seja, o jovem tem uma mente brilhante e muito a contribuir na investigação. O que temos nesse filme? Uns diálogos mais ou menos interessantes, umas conclusões rápidas demais e planos até um pouco complexos, mas ainda assim entregues demais pelo roteiro. O filme não dá tempo para que o espectador respire e entre no clima, entre na tensão e se surpreenda com o brilhantismo intelectual dos personagens.

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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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