Peter Berg é um dos melhores diretores no quesito ação dos últimos anos no cinema de Hollywood. Sua energética e tensa direção conduziu ótimos trabalhos como O Reino, O Grande Herói dentre outros. Em sua quarta colaboração com Mark Wahlberg o diretor nos entrega mais um trabalho com sua assinatura crua, embora ainda que convencional.
Na trama,Wahlberg é um agente secreto da CIA que age para evitar atentados terroristas. O que conduz a trama, no caso, é uma dica dada por Li Noor (Iko Uwais), um policial paquistanês que age como agente duplo. Segundo ele, há informações em um disco rígido que informa onde estão espalhadas amostras de uma arma química. No entanto, para que o governo americano tenha acesso ao drive, há uma condição: levar o agente paquistanês para a segurança e conforto dos Estados Unidos.
E é aí que surge a tal história das 22 milhas: para levar Li Noor ao aeroporto, será preciso percorrer o equivalente a 35 quilômetros entre a embaixada dos Estados Unidos e o avião. Nesse percurso, paquistaneses e interessados na arma química farão de tudo para impedir o sucesso da missão de Wahlberg e matar Noor, o único com acesso aos dados.
Sem economizar no sangue e nas cenas violentas, Berg conta em 95 minutos uma trama que mescla Counter Strike, espionagem e jogo politico de forma convencional(tirando as cenas de ação que são tensas) sem desenvolver suas mensagens de forma substancial.
O protagonista de Wahlberg é um estopim de bipolaridade e isso não ajuda em nenhum momento criamos uma identificação com ele. A Lauren Cohan tem uma personagem bem estruturada até a metade da trama, quando o roteiro a coloca em um dilema clichê entre continuar na equipe ou voltar para casa para cuidar da filha e incapacitando de e resolver seus combates sozinha. A Ronda Rousey parece está melhorando suas atuações ainda que seja muito utilizada pra deferir frases de efeitos e dessa vez desperdiçada por não mostrar seus dotes marciais. A melhor coisa do filme vem de Iko Uwais, o ator, lutador e corégrafo de lutas tailandês que já foi visto no sensacional The Raid traz certa ambiguidade que falta aos demais, o contraste de sua presença com a testosterona em ebulição de Wahlberg é um respiro para filme. Além disso, é Uwais que protagoniza a melhor cena do projeto em uma cena de ação incrível dentro de uma sala em um hospital.
Apesar do interessante plot twist, no geral, o que fica é que 22 Milhas é mais um filme americanos onde o patriotismo dos seus protagonista é o suficiente pra matar meio mundo e salvar o dia. Pra quem curte cinema de ação, com certeza pode sair do cinema bem impactado pelas suas cenas de ação, mas é somente isso que a produção tem a oferecer de ótima qualidade.