Filmes de guerra não são uma novidade em Hollywood verdade seja dita. Sempre que um filme desse gênero aporta nos cinemas em temporada de premiação logo se torna o foco de favoritismo por parte da academia ter um grande apreço por eles.
1917 chega aos cinemas nacionais com esse olhar, mas diante de varias produções do mesmo gênero, esse exemplar tem seu jeito peculiar de ser e se torna uma obra marcante e imersiva, além de uma aula de apuro técnico de Sam Mendes em realizar um filme que provavelmente é um dos melhores dessa leva de premiação.
Na trama, dois integrantes do exército Schofield (George MacKay de Capitão Fantástico) e Blake (Dean-Charles Chapman, de O Rei) são recrutados para uma missão de extrema importância: eles têm que atravessar as linhas inimigas para entregarem uma mensagem que cancelará uma ofensiva britânica contra os alemães, pois se trata de uma armadilha e, caso aconteça, 1600 homens morrerão.
Pra começar o trabalho de direção do Sam Mendes é com certeza digno de qualquer premiação que ele leve, já que tecnicamente é um algo impressionante. O longa tem em sua edição algo para aparecer ser feito em one-shot, ou seja um grande plano sequencia assim como foi recentemente Birdman. É possível perceber um ou dois cortes mas a imersão faz sentido se você embarcar na ideia do projeto, já que a movimentação diante disso é sem igual, sério são inúmeros planos sequencias e muitos você vai ficar se perguntando como foi feito de tão grandioso e complicado. São inúmeros objetos e coisas acontecendo e tudo mesmo coreografado(o que é bastante trabalhoso) não parece ser, e isso só reforça a imersão que o filme te proporciona, sendo uma das experiências mais incríveis que eu pude acompanhar em um cinema.
O diretor cria uma atmosfera que mistura varias composições visuais dos diversos manejos com ângulos arrojados e tudo isso sem precisar da figura do “corte” para cria-las, tudo fluir em constante movimento o que é algo impressionante. A mixagem de som é direta e sem duvida enriquecedora pra compor e conduzir os momentos da trama.
A fotografia do mestre Roger Deakins é algo pra ser exaltada sem duvida! São tantas movimentações que é algo fora de série ele manter toda consistência visual, é tudo muito incrível. Planos abertos, tons de cores alternando, principalmente uma cena noturna que já entrou pra minha lista de melhores fotografias que eu já presenciei no cinema!!!! É fantástico e merece mais uma estatueta para ele.
Apesar da rasgação de seda para estrutura técnica que faz jus ao seu grau de dificuldade, os outros aspectos não ficam para trás. A história é simples, mas perfeitamente condiz com o que é proposto, eles tem uma missão e tem que chegar de um lugar para outro, pronto. Um exemplo perfeito para exemplificar aqui seria o recente Mad Max: Estrada da Fúria, onde não há uma história complexa e complicada para se fazer um grande filme, mas sim entre intermédio dos pontos a se chegar é que se desenrola a tensão e demais acontecimentos e ajudados pelo uso do plano sequencia isso é elevado, já que o recurso serve a história, já que a passagem de tempo faz com a gente se sinta como um personagem vivenciando aqueles momentos com esses soldados. A imprevisibilidade toma conta e até supre a falta de muito desenvolvimento de personagem( você tem o necessário para se importar com eles) já que o foco maior está na jornada.
Os atores George MacKay e Dean-Charles Chapman estão muito bem em seus papeis, mas vou me limitar a isso já que eu não quero dar spoilers sobre seus arcos e quanto menos você saber melhor será sua experiência.
Bom, o que posso dizer é que 1917 traz uma história simples, mas da maneira mais complexa, grandiosa e imersiva possível. Com certeza é um dos grandes filmes dessa temporada de premiações e um dos mais incríveis filmes de guerra que eu já pude conferir.